Esta oficina intitulada de "Oficina de História: Histórias, memórias e resistências" que será apresentada em quatro dias tem como objetivo expor e explorar um pouco sobre a Comunidade Remanescente de quilombo Campo Verde em Concórdia do Pará.
Para a realização dessa oficina usamos o seguinte meio: usos de relatos de alguns moradores, músicas, entrevistas, fotos e lendas, que foram coletadas e que serão mostrados ao decorrer da mesma com utilização de vídeos e podcast, assim vamos conhecer como o espaço é organizado pelo grupo a sociabilidade e sua importância enquanto construção e fortalecimento de uma identidade quilombola; Silva (2018) nos lembra da importância de trabalhar com as memórias e relatos dos moradores da comunidade porque isso nos permite entender melhor a formação dessas comunidades e o modo como eles atuam e promovem as sociabilidades a fim de fortalecer a identidade e o reconhecimento que inclui a titulação do território e as manifestações socioculturais como festividades e práticas tradicionais; Malcher (2009) também nos complementa que “a organicidade dos territórios étnicos através da análise do território, não se restringe somente ao campo de entendimento da afirmação da identidade, mas apresenta-se também em como instrumento de compreensão do movimento de etnicidade e da luta pelo direito agrário” (MALCHER, 2009, p. 4). Dessa forma, entende-se que a questão sobre território e identidade estão juntas, pois a construção do território produz a identidade o sentimento de pertencimento a terra e assim promove o fortalecimento da luta, segundo Silva (2019) é indissociável também a questão da terra sem mencionar as lutas identitária que se estruturam no espaço.
Malcher (2009) pontua também e relembra que a presença de quilombos, marcava como sinal de protesto as condições que os sujeitos escravizados se encontravam em quase mais de três séculos, dessa forma, menciona que:
“Os territórios das comunidades negras, assim, têm origem nos quilombos ou mocambos, formados, sobretudo, pelos escravos que se rebelava contra a escravidão. Mas, também, algumas comunidades se formaram através de doações de terras realizadas a partir da desagregação da lavoura de monoculturas, como a cana-de-açúcar e o algodão; da compra de terras pelos próprios “escravos”, possibilitados pela desestruturação do sistema escravista; bem como de terras que foram conquistadas pelos negros pela prestação de serviço de guerra, lutando contra insurreições ao lado de tropas oficiais” (Malcher, 2009 , p. 5-6).
Até aqui esse momento vimos um pouco do que a bibliografia nos aponta a respeito da história, sem dúvida essas produções nos permite pensar e refletir sobre a importância da temática e do processo de lutas e conquistas contínuas.
Neste primeiro vídeo disponibilizado, vamos conhecer a comunidade por meio de fotos, sua localização, festividades e práticas tradicionais.
Malcher (2012) complementa acerca da comunidade remanescente da seguinte forma:
“No mesmo ano (2001) foi também fundada a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo Nova Esperança de Concórdia do Pará – ARQUINEC. Desde o início, as comunidades participantes são: Cravo, Curuperé, Campo Verde, Dona, Ipanema e Santo Antônio. No momento de fundação da associação quilombola, o debate se limitou a encaminhar pedidos de esclarecimentos por parte das lideranças, pois “a nova conjuntura requer participação e coletividade”. (MALCHER, 2012, p. 3)
Silva (2019) também faz os seguintes apontamentos em relação a comunidade que faz parte da ARQUINEC uma associação de remanescente de quilombo Nova Esperança e Concórdia do Pará:
“ Esta comunidade está localizada na zona rural município de Concordia do Pará, na zona rural, estrada Transjutaí ramal Campo Verde a 38 km de distância da cidade, na região nordeste do Estado do Pará. A Comunidade está situada às margens do rio Bujaru, à direita do rio Guamá” (SILVA, 2019, p.1).
Neste primeiro momento da oficina sinta-se convidado a assistir e a interagir por meio de seus comentário conosco. Confira essa e as próximas postagens.😄👍😉
PARTE 2 DA OFICINA DE HISTÓRIA
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MALCHER, Maria Albenize Farias. Identidade Quilombola e Território. 2009. Disponível em: Http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/GeografiaCultural/120.pdf.
Acesso em: 13 dez. 2020.
MALCHER, Maria
Albenize Farias. A formação do território quilombola em Bujaru e Concórdia do Pará.
In: XXI ENCONTRO NACIONAL DE
GEOGRAFIA AGRÁRIA. Territórios em
disputa: os desafios da geografia agraria nas contradições do
desenvolvimento brasileiro. Uberlândia MG, 15 a 19 de Outubro.2012. Disponível
em:> http://www.lagea.ig.ufu.br/xx1enga/anais_enga_2012/eixos/1441_1.pdf.
Acesso em: 13 dez. 2020.
SILVA, Elizabete
Trindade da. Patrimônio Cultural nas
Comunidades Quilombolas Remanescentes de Concórdia do Pará: Música e
Identidade. Orientador: Siméia de Nazaré Lopes.
2018. 14f. Pré-projeto de pesquisa na
disciplina da Metodologia da pesquisa em Ensino de História – Faculdade de História, Universidade Federal
do Pará, Ananindeua, 2018. (Texto cedido gentilmente pela autora na confecção
da escrita desse blog)
SILVA, Elizabete Trindade da. Comunidade Campo Verde: História e Memória.
Orientador: Wesley
Ketle Oliveira. 2019. 14f. Artigo (TCC Graduação em História) – Faculdade
de História, Universidade Federal do Pará, Ananindeua. (O artigo faz parte da construção de TCC que está
em andamento da autora, agradeço gentilmente por ter cedido o presente artigo
para a confecção da escrita no blog).
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Notas
A oficina desenvolvida pelo grupo faz parte do projeto de ensino de estágio IV desenvolvido na Universidade Federal do Pará do Campus de Ananindeua, tendo como ministrante da disciplina e orientação da Drª, Profª Sidiana da Consolação Ferreira de Macedo. Devido a atual situação que se encontra o mundo afetado pela pandemia do COVID-19, ressalto que as medidas de distanciamento e aglomeração foram respeitadas, portanto o grupo teve o contato via virtual, respeitando as medidas sanitárias de segurança como uso de máscara e álcool em gel na sua organização e coleta e tratamento de dados. ----------------
Excelente a proposta de oficina de construção e resgate da história e memória. Estive nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano de 2017 e com o trabalho coletivo das turmas do SOME, sob nossa orientação, foi produzido uma coletânea de textos, que denominamos "Reconstruindo a história e a memória da Comunidade Negra Agrária de 'Campo Verde'. Tendo como suporte metodológico a vc História Oral, onde lancei a proposta nas três séries do ensino médio. Logo percebi que a melhor forma de conhecer a localidade, foi buscando suas origens, histórias e memórias com os membros mais antigos, que revivem o passado longínquo, tão perto do presente. Com essa atividade completar foi possível perceber que os discentes alargaram seus horizontes, oferecendo oportunidades de pesquisar, aperfeiçoar, identificar e diferençar alguns conceitos que foram fundamentais para os seus crescimentos intelectuais. Foi um desafio, mas vários temas foram trabalhados, como o histórico, aspectos geográficos, educação, atividades econômicas, cultura, erva medicinal, movimentos sociais e entidades, a importância da mulher na comunidade, a estética do cabelo, religião e personagens importantes da Comunidade. Foi uma prática educativa que aprendi bastante e adorei as trocas de experiências durante os 50 dias letivos que passei trabalhando como educador na área de história do SOME. No final, as atividades foram sistematizadas na coletânea e entregue uma cópia de CD para cada aluno que participou; assim, como foram distribuidos para entidades e escola. Se precisarem de minha ajuda, estou a disposição. Como editor do ribaprasempre.blogspot.com (Blog do Riba) postei apenas o resumo das atividades. Ribamar Oliveira.
ResponderExcluirObrigada senhor Ribamar por seus comentários. :)
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